Beneficiadas pelo bom desempenho das commodities agrícolas e minerais, como soja, algodão, minério de níquel, ouro e metais preciosos, e reforçadas pelo crescimento das vendas de automóveis para a Argentina, as exportações baianas atingiram em setembro US$ 1,022 bilhão, 13,8% acima de igual mês de 2010. No ano, as vendas externas baianas alcançam US$ 8,13 bilhões e crescimento de 22,6%.
A expectativa é que ao final do ano as exportações baianas devam superar a marca de US$ 11 bilhões, recorde histórico para o estado. O melhor resultado até então foi obtido no ano passado, US$ 8,9 bilhões.
"O grande aumento nos preços das commodities, somado a um surpreendente desempenho na venda de alguns produtos industrializados, como automóveis e pneus, garantiu à Bahia resultado expressivo no comércio exterior nos primeiros nove meses do ano. O estado responde no período com 60,2% das exportações do Nordeste e 4,3% do total nacional", afirmou o coordenador de comércio exterior da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), da Secretaria do Planejamento, Arthur Souza Cruz.
Segundo ele, os efeitos da crise financeira internacional ainda não foram suficientes para afetar as receitas com as commodities. "Alguns produtos já mostram redução no volume, como celulose, café e cobre, mas os preços elevados ainda compensam essa queda".
Além do fator preço (até setembro, a valorização média dos produtos exportados pelo estado foi de 26%), o inesgotável apetite chinês por matérias-primas e o crescimento econômico da América Latina, principalmente Argentina, Colômbia, Chile e Uruguai, e suas crescentes demandas por manufaturados brasileiros explicam o forte desempenho.
Principal destaque: soja
O principal destaque das exportações em setembro foi a soja, com vendas de US$ 167,8 milhões e 69,8% de incremento. Em seguida, o algodão, com US$ 117,2 milhões (130,8%), e a celulose, com US$ 100,1 milhões (6%).
As importações continuam elevadas, alcançando em setembro US$ 723,1 milhões, o que supera em 7,7% igual mês do ano passado. De janeiro a setembro, elas chegam a US$ 5,8 bilhões, com 16,8% de crescimento.
O ritmo forte de crescimento das importações, determinado pela conjuntura cambial favorável e pelo crescimento da economia, atinge todas as categorias de produtos, com maior intensidade para os bens de intermediários e os de consumo não-duráveis, com aumento de 37% e 33%, respectivamente.
Os principais produtos importados em setembro foram nafta para a petroquímica, com US$ 165,2 milhões, automóveis, com US$ 148,8 milhões, e cloreto de potássio, com US$ 28,7 milhões.
Com os resultados de setembro, a corrente de comércio externo da Bahia atingiu no ano US$ 13,9 bilhões, gerando um superávit de US$ 2,3 bilhões, o que supera em 39,94% o saldo obtido no mesmo período de 2010.